sábado dezasseis carregado de planos. contrariar o despertador até não poder mais. banho, secador de cabelo, spray para desembaraçar e para contrariar o vento frio de véspera de dia da criança. sábado agora é também dia de atelier de escrita criativa. há que puxar pela cabeça para não parar a evolução. há que andar mais a pé para sentir os barulhos da cidade. há que não parar de pensar para nunca parar de crescer. duas horas e meia quase sem parar de escrever. escrever à mão, esforçar para perceber a letra, pensar que se é para isto, mais vale abrandar o ritmo, escrever mais devagar mas mais perceptível. surpreender-me com o que escrevo - e bem - em espanhol. puxar pela imaginação sem quase parar para pensar se está bem ou mais escrito, que o bem vem por acréscimo, mais tarde ou mais cedo, não me canse eu de praticar. entrar no metro no sentido errado, andar duas estações, abrir o livro e sorrir para dentro sem ler, de ainda tão verde que parece o conhecimento desta cidade. e ver que o metro enche tanto ao sábado, ver que se enche de miúdos, que se enche de balões e do barulho dos balões que parecem não aguentar a pressão dos miúdos. e depois ir a uma exposição catita de livros únicos, artistas que fazem exposições em livro, ideia catita de cá que já foi exportada para uns tantos países do mundo. sorrir com o convite da Juli, que faz o esforço de se lembrar de me convidar para ir às coisas que ela gosta mesmo com medo que eu não goste. depois, pegar em mim e meter-me no metro. andar a pé e chegar ao centro cultural para ver Saramago grátis. para rever José e Pilar. e pegar em mim outra vez e voltar para casa porque já não há bilhetes. fazer jantar, rever filme. buenos sábados.
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