segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

buenos sábados #35


depois da brasa, o fresco, poder-se-ia dizer por terras de Buenos Aires, a julgar pelo que sempre acontece. a semana a matar-nos devagarinho de tanto calor, a moer-nos a pele e o cabelo. uma humidade louca a fazer os sapatos roer-nos os pés. os dedos engelhados, as raízes do cabelo molhadas da transpiração. quinta-feira de muito calor, os termómetros a baterem recordes e depois sexta de tempestade e sábado bom de sol e fresco e calor moderado. parecia sábado de primavera este sábado trinta e cinco em terras latino-americanas. parecia em clima e em vontade de passear pelo parque, em ganas de andar a pé sem horas, em material para ler, em disponibilidade para sentar na relva e tomar um mate quente. parecia primavera em disponibilidade para passear na Recoleta e conversar com as visitas sem tempo. caminhar e sentar, sentar e caminhar. conversar sobre o tempo, sobre as viagens, sobre a vida em geral, sobre o trabalho e a vontade de crescer e de aproveitar enquanto cá estou e o que há-de vir depois. primavera por haver tempo para, neste sábado bom, ainda encontrar o fascínio e a vontade de continuar a fotografar as ruas de Buenos Aires numa magia que parece a da primeira vez. ao sábado bom número trinta e cinco, a paixão não acabou.

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