sexta-feira, 31 de maio de 2013

la cucaracha ya no puede caminar.

No dia em que eu cheguei a esta nova casa avisaram-me logo: de vez em quando, há um senhor que bate à porta para fazer o tratamento de choque às baratas. O assunto não me assustou - confesso - mas ficou por aí.
Uns dias mais tarde reparei que, sempre que entrava na cozinha de manhã - sou geralmente a primeira a levantar-me e a primeira a tomar o pequeno-almoço - havia movimentações: as pequenas cucarachas atrevidas passeavam-se pela bancada de vez em quando.
Hoje, ao jantar, um dos franceses disse qualquer coisa da cozinha para a sala: não percebi muito bem o que tinha dito mas percebi que, no fim da frase, tinha-se queixado do raio das cucarachas. Perguntei-lhe da sala, ainda de prato ao colo, o que se passava. "Anda ver", disse-me. Uma barata - que é capaz de ser a mãe de uma das pequenas que andam desorientadas de manhã - subia a parede ao pé do frigorífico.
Disse-lhe: "Mata-a".
"Como?", perguntou.
Descalcei a bota direita e bati com ela na parede. A barata caiu no chão, de carapaça para baixo. Capotou. O francês suspirou de alívio. Voltei a calçar a bota, peguei num guardanapo, a barata dentro do guardanapo, directamente para o lixo.
Esta já era.  

1 comentário: