voltemos aos sábados porteños. e ao hábito de passear sem check-lists, pontos turísticos obrigatórios. já lá vão trinta e oito, passei de visitante a habitante e tenho que tratar-me como tal. saímos juntos, os quatro portugueses cá de casa, rumo à Recoleta. programa cultural, centro cultural. exposição de fotografia multicultural: as caras de Buenos Aires que fogem ao argentino comum. os chinos, os brasileiros do samba, os transexuais, os grémios de luta contra o poder, as manifestações, a Casa Rosada fechada aos manifestantes e aos outros. há tanta gente por cá, tanta gente diferente - digo - que me arrisco a dizer que até chega a ser difícil identificar, à primeira, um porteño, só pelas feições e pelo sotaque. manhã passada entre o passeio até lá, as sombras dos jardins da Del Libertador, as bicicletas apressadas e os casais de passeio com os cães (que finalmente têm tempo para passearem os próprios animais, durante a semana o passeio é feito por outros e, portanto, pago). já vos disse que aqui ser passeador de cães é uma profissão legislada a nível local? ah, pois é. isso mesmo.
do passeio do sol para a cadeira da secretária. entre cadernos, entrevistas transcritas e telefonemas para casa, passa mais um sabadão. e depois domingo. e depois começa tudo outra vez até ao próximo. buenos sábados aqui por buenos aires.
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