quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

a confidente

quando eu era miúda era muito calada. falava pouco, observava muito. era daquelas miúdas que se entretinham facilmente: não por me distrair com coisas pequenas mas porque era muito sossegada. já na escola primária, a conversa era diferente. falava mais - havia dias em que a professora ameaçava separar-me da Mafalda (minha melhor amiga na altura): as duas juntas éramos uma das duplas mais conversadoras da turma. mas eu lembro-me que, de quase todas as vezes que éramos chamadas à atenção pela professora Maria Alice, era ela que falava. eu ouvia sempre. acho que sou boa confidente: sei o que são segredos e gosto de guardá-los para mim, como tesouros. os segredos que nos contam são coisas importantes: reservam para si duas coisas preciosas: primeiro, são de outras pessoas; segundo, são uma prova da confiança delas em nós. quanto aos meus, só espero que, quando os conto, mos guardem tão bem como eu gosto de guardar os dos outros. 

1 comentário:

  1. É engraçado como somos tanto e tão pouco do que fomos em chiquitas. Já nem nos reconheço dos tempos da faculdade. Mas o bom, bom, é ter-te sempre por perto, ainda que viva numa ilha feia e chuvosa cá para os nortes.
    Que história é essa de fotos do continente africano? Pensava que era sul-americano ou, se queres segunda escolha, o cu da Austrália.
    E olha, não sei o que te deu para só escreveres em minúsculas, mas gosto.

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