e, depois da ansiedade que antecede a chegada das visitas, depois da novidade dos dias com companhia, depois da vontade de mostrar tudo de todas as maneiras, da falta de tempo para ir a todos os sítios que me têm apaixonado ao longo destes dez meses. agora, depois de lhes dizer onde se comem as melhores empanadas, qual é a melhor maneira de ir para a Boca, de que cor é o céu dos dias de chuva e nos dias de sol, por que rua devem ir para a praça do centro de Palermo porque é a rua das lojas mais bonitas, das casas mais coloridas e dos melhores murais para fotografar. agora, depois de correr entre colectivos para chegar a horas aos encontros, depois de aulas de fugida para oferecer as melhores vistas da cidade, depois de trocar dinheiro nos arbolitos clássicos da Florida e de resistir a algumas das melhores medialunas da cidade só para as servir ao pequeno-almoço das visitas. depois de tratar de transferes, adiantar entrevistas, escrever muitos caracteres e fazer a cama de lavado. eis que chega o momento em que começa a contagem decrescente para o que há-de vir. volta-se ao mercado de manhã, volta-se ao café sem pressa de sábado de manhã, lê-se o jornal sem o comprar, observa-se. entra-se nas últimas semanas aqui. depois, ninguém sabe. e é neste misto de ansiedade e expectativa que vou descrevendo as sensações de quem ainda agora chegou e já se prepara para ir embora. ir, o verbo, é mesmo assim. acção pura, é o que é. mais um sábado, o quarenta e um, aqui.
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