sábado, 29 de junho de 2013

buenos sábados #9

começar o dia de noite, depois de um convite para um club privado com piscina e lâmpadas penduradas num jardim e de duas vitórias em jogos de bilhar. depois de duas caipirinhas e um cocktail da Índia dividido. começar o dia de noite num boliche grande com dois pisos onde só se ouve, ou house ou reggaeton. e pensar que é mesmo assim e que quem está mal muda-se. acordar, escrever, fotografar, passear, lavandaria para cá com roupa suja, lavandaria para lá com roupa limpa. talho. cozinhar, jantar em casa de um argentino que trabalha para o governo e que tem uma caneca super catita a dizer que o Clarín mente e assinada pelo Indec (que, para quem não sabe, é o instituto nacional de estatísticas cá do sítio - quem sabe, o organismo mais contestado a seguir ao próprio governo). convite para asado. o primeiro de buenos aires meu amor, sábado nove.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Omar de los quesos de Córdoba

Deu-me o número de telefone como se fosse uma amiga de há muito tempo. Mas não: conhecíamo-nos há dois minutos. Omar é argentino. Uns 60 anos, talvez um pouco menos. Entre ele e eu, um grande cesto de verga já baço. Uma vez por mês, vem de Córdoba à capital para vender queijo de leite de vaca fumado, um enchido que parece fuet e outro queijo, Gouda, de sotaque francês disfarçado. Às pessoas que passam na rua, oferece uma degustação rápida que vem sempre - desconfio - acompanhada de uma conversa mastigada. Divide o tempo entre o centro de Buenos Aires e a Plaza Serrano, poiso de muitos turistas cool e porteños fashion ao fim de semana, local de passagem perfeito para quem quer impressionar e despachar mercadoria. Lembra-se quando as ruas em volta da praça ainda não tinham metade dos prédios, lembra-se da mercearia que agora é um buraco entre prédios no meio da rua. Comenta com uma senhora ao lado que deve já fazer uns 30 anos que vem vender queijo à capital. "Faço-os eu", garante. E dá mais uma fatia de fuet para provar. Depois recomenda-me um telefonema. [No meu telemóvel é Omar de los quesos de Córdoba, tipo apelido.] Daqui a um mês, mais ou menos por esta altura do mês, que lhe ligue ou mande mensagem que ele vem ao meu encontro para me trazer mais queijo. À confiança, que ele sabe que o queijo vale os 100 pesos que pede - viagem de ida e volta a Córdoba já incluída.  Com Omar é assim: pão pão, queijo queijo.

sábado, 22 de junho de 2013

buenos sábados #8

acordar com despertador e com a sensação de que não se dormiu o suficiente [mesmo tendo dormido mais do que a conta]. sol de inverno num autocarro cheio de gente. sair na rua certa mas a 20 quarteirões do número certo. andar depressa para chegar a tempo. um segredo bonaerense para andar às compras sem comprar num sítio onde os sábados são dias de preços baixos para as pessoas normais [nos outros dias só as lojas podem comprar ali], parar para tomar café. buenos aires market, o segundo, com wok provado e tanta coisa boa ainda por provar. mudar de parque, sentar no degrau e olhar em volta. sentir que era aqui que, há um ano, eu queria estar. e que é aqui que eu estou. aproveitar o sol com um cachecol de inverno bem aconchegado ao pescoço. voltar para casa e reconhecer já ruas familiares. sorrir aos elogios de um castelhano já tão sul-americano, com os "caje" em vez de "calle" e os "mira vos" e os "che" metidos já quase sem pensar entre as frases. comprar clássicos sul-americanos em segunda mão, porque dizem que a literatura é das melhores formas de conhecer outros países e outras paragens. pensar no que se quer fazer, no que não se quer deixar para trás, no que se quer crescer. parar ao sábado, o número oito. oitavo sábado em bsas.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

o meu segundo inverno.

Não sei se é dos dias estarem curtos e por anoitecer às seis da tarde. Se por o vento ser frio e esta ser já a segunda estação fria consecutiva este ano. Não sei se é por ter a casa quente - sempre aquecida -, se é por estar numa cidade que ainda me parece novidade. Não sei se é por os quiosques de flores se multiplicarem, se é por andar a fugir das lojas de roupa para não me apetecer encher o armário de coisas que não preciso - e para as quais não tenho dinheiro. Não sei se é pelas saudades de casa, pelos trabalhos acumulados, pelas respostas de email que tardam em chegar. Não sei se é por me apetecer escrever tudo e mais alguma coisa, por não ter vergonha de fazer perguntas, por saber que a decisão de vir foi importante mas ainda dói às vezes. Não sei se por isto ou por coisa nenhuma, encho de flores a casa e os dias. [hoje comprei margaridas por causa de uma Margarida]. Comprei um anel com uma piedra de la luna que, segundo consta, marca os novos começos e dá energia para os quartos minguantes e muda de cor com o sol. E ainda me pus a reutilizar garrafas de sumo natural. O tempo que tenho a mais dedico-o a mim. E essa é uma sensação boa. Não só a de me sobrar tempo como a de poder estar comigo. 



Parabéns, meu amor.

Quando tu nasceste e sem eu saber, criaste um espaço no meu coração que não pára de aumentar. E eu gosto tanto mas tanto de ti que se eu não estivesse aqui agora, a mais de nove mil quilómetros de distância, estava de certeza aí contigo.

domingo, 16 de junho de 2013

correio azul.

Querido Nuno,
Ainda bem que os correios modernos tardam um clique para te chegar a carta às mãos a tempo do teu primeiro exame. Imagino-te como eu, há 10 anos. Nervoso - sem conseguir pregar olho. A passar em revista, numa cabeça que não pára há umas semanas, todos os poetas, escritores. O que tem que ter uma síntese, qual o argumento para o poeta conseguir ser um fingidor, qual o segredo para a Ode Triunfal falar de vida e de amor e de inspiração ao mesmo tempo e para o Fernando ter o apelido errado que, se a história se fizesse de lógicas, seria no plural.

Há dez anos eu também não preguei olho com medo de falhar. Afinal, são três anos em revista e outros nove a estudar para que, num belo dia de Junho, duas horas, um bilhete de identidade e um envelope selado trazido pela polícia depois tudo ficar em suspenso: a verdade é que aquele momento, naquele dia de Junho, pode decidir o futuro.

Mas Nuno: não te esqueças que um dia não são dias, como diz o ditado. E que, se estás assim nervoso hoje, em vésperas do teu exame de português, a tua mãe está nervosa, o teu pai está nervoso, a tua professora está nervosa. Os primos, os tios, os avós, e até o cão - se o tiveres - hão de ter notado o nervosismo e a ansiedade nas tuas respostas rápidas e tantas vezes tortas, na tua falta de apetite e até no tempo em que não estiveste em casa, fugido para o treino-para-limpar-a-cabeça ao fim da tarde ou para as jornadas de sol a sol na biblioteca municipal.
É muito trabalho acumulado, muito cansaço, muita ansiedade e estudo: tudo condensado num dia. E bem sei que nem estás preocupado com a tal greve de que os outros falam. O que te interessa e o exame, não é? Queres é fazê-lo. Depois só faltam mais dois.

Pois bem: é agora que te explico que, por isso mesmo de um dia não serem dias, amanhã é um dia muito importante. E sabes porquê? Porque, apesar de o centro do teu mundo seres tu - e de tu seres também o centro do mundo de tantas pessoas que te acompanham - há um mundo que não podes ignorar. Porque, naquele sábado de Setembro em que ficaste até ao fim da tarde a ver o pôr-do-sol de Verão, a escola já estava a preparar a tua chegada há que tempos. Os livros de ponto já estavam alinhados na sala dos professores, a D. Lala dava os últimos retoques no chão da B12 depois de já ter testado o quadro interactivo e a tua professora de português preparava-se para fazer a terceira noitada da semana: depois de preparar os testes de diagnóstico - tão comuns em Setembro, para ver como os alunos estão depois de dois meses e meio de férias e outros tantos de pouco trabalho (e não, Nuno, não estou a falar de ti que só enfia a carapuça quem quer!), estava a recortar as fotografias fotocopiadas a preto e branco do livro de ponto para as colar na caderneta do professor - tipo livro de cromos que chega ao fim do ano completamente a abarrotar de notas de trabalhos de grupo, trabalhos individuais, orais, participação, testes e assiduidade - e alinhavar o que escrever no relatório da direcção de turma, já com os elementos disponíveis sobre as disciplinas escolhidas pelos alunos que vinham das matrículas, ainda em Julho.

Porque, sabes que naquele domingo em que misturavas a ressaca do sol com a daquelas imperiais que bebeste a mais na esplanada enquanto petiscavas uns caracóis, o teu professor organizava os dossiers do último ano, olhava outra vez para a tua cara e a dos teus colegas e pensava no que podia fazer convosco - conhecendo-vos há já três anos - para que o 12º fosse um ano inesquecível, em tudo e também em boas notas. Porque, já que os planos de recuperação - por ordem do governo - têm que ser feitos uns atrás dos outros - então que sejam bem feitos, tão bem feitos que nem seja preciso tirá-los das micas brilhantes já metidas nas pastas naquela estante de onde ele já tirou os cadernos e os livros do ano passado e arrumou, por alturas e todos encadernados, os novos manuais adoptados pela primeira vez este ano. Porque Nuno, quando tu naquele domingo meteste os cabelos alourados da praia na fronha branca da almofada, eles ainda ficaram acordados a preparar as aulas de apresentação e as primeiras matérias, que o 12º ano é ano de correria e não há tempo a perder.

E quem fala de Setembro fala das pausas lectivas de Novembro: o Pão por Deus dos professores é na escola, nas reuniões intercalares. Como as vésperas de Natal intercalam broínhas com avaliações e testes de recuperação. Como a pausa do Carnaval é um motivo de discussão de planos de reforço, de decisões sobre apoios. Como a Páscoa é motivo de angústia porque "o terceiro período já aí vem" e "ainda falta tanta coisa para o exame". O ano, Nuno, passa a correr. E graças ao ano que passou - e aos outros onze que entretanto também voaram - as aulas sobre resumos e sínteses do 12º estão mais presentes do que nunca, o tempo para as enumerações é pouco e a metonímia é o teu forte. Mas Nuno, não tomes o todo pela parte. Sabes que a doze horas do primeiro exame este pode parecer o momento decisivo para reclamar de tudo e mais alguma coisa - os 18 estão ainda frescos, acabadinhos de fazer; andas stressado com tanto estudo e tão pouco tempo para as coisas mais divertidas e até a tua mãe te falou na "vergonha" que é isto de os professores decidirem que a greve havia de ser logo no ano em que te calhou a ti fazer exame. Ora bolas. Mas lembra-te que não há-de ser em duas horas que vais deitar doze anos de aprendizagem ao ar.

Prepara-te para engolir este sapo em seco: pode ser preciso. É que, amanhã, se os professores quiserem, podem paralisar o futuro do país. E sabes: é preferível que o paralisem amanhã para capitalizarem as gerações que aí vêm. Como sabes, não deves deixar para amanhã o que podes fazer hoje.
Espero que consigas lidar com os nervos face ao desconhecido. Olha bem, observa, pergunta porquê. Tenta entender porque refilam, de que se queixam, que carga têm em cima. Questiona, tenta saber mais: não é preciso que saibas quantos relatórios preenchem, a quantas avaliações são sujeitos, quantas reuniões têm por ano. Mas tenta que estes números não sejam apenas números nas tuas estatísticas: lembra-te que são pessoas e que essas pessoas passaram contigo a maior parte das horas da tua vida nos últimos doze anos.
Ah, e boa sorte. O maior exame é este, de ver os outros fazer para depois saber como se faz.

P.S.: Querido Nuno, não te disse tudo o que queria mas disse-te o que considero fundamental. Agora que és doutor, Caro Nuno, as coisas mudaram. A paixão da profissão deixou vagos os lugares para a frustração e a desmotivação. Tanto papel para preencher, tanta nota máxima com prazo de validade, e até algumas lágrimas choradas no meio de queixas que nada têm de vão e tudo têm de legítimo. E sabes, Nuno, é energia que consome o país. E, como sabes, a energia está cara, o poder de compra é cada vez menor e estamos a hipotecar um sector estratégico. Não deixes que os dias de tristeza se transformem em anos. E que os anos hipotequem gerações inteiras. Porque dessas gerações pode não restar nada. Pode nem restar país.   

sábado, 15 de junho de 2013

lá fábrica.

Buenos Aires é gigante, que disso não haja dúvidas. Mas quando, de repente, percebemos que estamos no mesmo sítio de que já nos tinham falado há duas semanas e por uma razão completamente diferente, a cidade desconhecida e enorme dá lugar, num instante, a uma sensação estranha de familiaridade. Buenos Aires é chica, agora, ao entrar na fábrica que faz lembrar o Lx Factory, em Lisboa.
Esta também foi reabilitada. Mas em vez de só ter gente criativa, nova e fresca, recuperou também quem já lá vivia: a fábrica continua a produzir coisas de alumínio: peças, papel, moldes e muitas outras coisas. E acumula funções: agora, é também centro cultural, espaço de cultura, dança, música. É universidade para os que lá trabalham. E de, vez em quando, é mercado. (Hei-de lá voltar para ver melhor.)

O jornal argentino escrito em inglês The Argentina Independent organizou mais um BA Underground Market. Além do divulgar os negócios locais - sobretudo coisas vegan, biológicas, recicladas - as entradas (10 pesos argentinos, qualquer coisa como 1,5 euros) são para ajudar o jornal. Ainda outro dia o presidente da Fundação Gabriel Garcia Márquez dizia ao Dinheiro Vivo que o bom jornalismo tinha que encontrar novas formas de se financiar. Obviamente, organizar mercados não substitui as receitas que se perdem todos os dias em publicidade. Mas pode assumir um papel importante para divulgar o trabalho dos jornalistas. Além de que junta pessoas no mesmo espaço - e afasta-as dos computadores, dos telemóveis, dos ecrãs da televisão. E isso é sempre bom.














buenos sábados #7

acordar com o despertador e adiar o despertador até ele já não fazer sentido. tomar o pequeno-almoço demorado. tão demorado que as pernas ficam dormentes de estarem à chinês no sofá, a cabeça apoiada no braço já magoa e o resto do corpo pede movimento. tomar banho. vestir. sair à rua de casaco. sol de inverno. vento frio. 15 minutos no 15. andar o bastante para aquecer. dez pesos para entrar, três andares para subir. uma fábrica reabilitada que é escola, indústria e centro cultural. provar coisas novas e boas num mercado underground organizado por um diário-argentino-escrito-em-inglês para juntar dinheiro. levar a máquina fotográfica e aproveitar a luz para fotografar. passear pelo jardim. passear pelo bairro. passear pela internet. buenos aires, meu amor: sábado sete.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Querida língua portuguesa,

Não me surpreende o facto de não me lembrar da primeira vez que te vi. Não és como aqueles amores à primeira vista, de que nos lembramos da hora, do dia, do tempo e até daquilo que cada um levava vestido. Tu podias ir despida como quem anda sem medo de se constipar mesmo que esteja vento e frio, porque o que te interessa são os raios de sol e os sorrisos de quem mastiga bem as tuas palavras.

O nosso primeiro beijo - se lhe podemos chamar assim - deve ter sido uns quatro anos depois; imagino-o numa tarde de sol de inverno em que os dias acabam cedo mas deixam apreciar sem pressa o pôr do sol.  Mas se queres que te seja franca, também não me lembro das circunstâncias em que aconteceu. Porque, na verdade, sei que fazes parte de mim desde que nasci como se estivesses debaixo da minha pele, como todo o amor que se preze. Fazes parte de mim nos "olá" [oh palavra preferida que nunca cansa e que vem quase sempre acompanhada de um sorriso]; fazes parte de mim quando me questiono, quando penso e quando escrevo, quando trabalho e quando relaxo, quando verbalizo aquilo que penso e sempre - também - quando guardo para mim um segredo que quero manter secreto.

Meu amor: fazes parte de mim porque és o meu coração a bater mais depressa sempre que me emocionas; és a minha pele de galinha sempre que oiço alguém dizer coisas bonitas; és a minha indignação - e a minha maneira de a revelar - sempre que há algo que me causa repulsa, me enoja, me revolta ou me surpreende; és a minha curiosidade sempre que pergunto coisas aos meus Fazedores e sempre que eles se emocionam - e me inspiram - a falar de coisas que fazem contigo. És a minha surpresa sempre que há olhos curiosos a vibrar por não te conhecer; és o aconchego de um cachecol vermelho e verde, os "shhss" que confundem os estrangeiros, a leveza de uma bandeira que orgulha quem a conhece: aí e cá e onde quer que seja. És também um estado de alma nostálgico, és a poesia do Fernando e do Álvaro e do Alberto e do Ricardo; do António e do Cesário; da Florbela e da Sophia. És a minha vontade de dissecar poemas e a razão para o silêncio ser desconfortável quando há um livro escrito em português para ler.  És um refúgio na tristeza, na indecisão e no nervoso miudinho. És confidente atenta e de confiança. És um beijinho e um abraço acompanhados de um "adoro-te", és uma mensagem de texto escrita com abreviaturas e és qualquer número de muitos algarismos escrito com cuidado, respeitando as vírgulas e decomposto como ensinou a professora Maria Alice. És o respeito que temos pelo que somos, pelo que fomos e pelo que queremos ser. E o respeito que devíamos - que devemos - pelo que somos, pelo que fomos e pelo que queremos ser. Tu, meu amor, és o motivo de discussão além-oceano, és razão de discórdia por acentos - como só é quem é amado e querido por todos - e és tão particular e global que chega a ser paradoxal tudo o que és.

És Portugal e todos os portugueses e, por isso, és muito. És tudo. E se algum dia duvidares de ti, das tuas qualidades e da tua competitividade, sê tu. Se deres o melhor de ti já és a melhor de todas.

Como escreveu o MEC,  Amo-te, aconteça o que acontecer. Amo-te por causa de ti. Não é apesar de ti. É por causa de ti. Não há outra razão. Nem podia haver uma razão mais simples. Por muito que te custe ouvir (apesar de eu saber que não só não te custa nada como gostas de ouvir), digo-te: é tão grande o meu amor por ti que até consigo amar-te sem dar por isso. 


És a minha - a nossa - maneira de dizer que sim e que não. E és o meio e a mensagem sempre que penso e admito que tenho saudades de te falar todos os dias.

domingo, 9 de junho de 2013

buenos sábados #6

acordar e fazer a cama. tomar o pequeno-almoço, tomar banho, tomar o colectivo. parque de tarde, feira de roupa usada. gastar três euros numa camisa e numa saia. voltar para casa e matar saudades das amigas maravilhosas que dançam à volta de uma mesa para eu não perder pitada da festa dos Santos de Lisboa, mesmo que esteja a mais de nove mil quilómetros de distância. [que a festa também é minha]. fazer o jantar, dividir o jantar. sair pela primeira vez com os amigos da universidade em contexto fora-da-universidade. buenos aires de chuva de madrugada. buenos aires de sábado. o sexto.

domingo, 2 de junho de 2013

buenos sábados #5

manhã de estudo na esplanada entre torradas e capuccino, castelhano e inglês. o que é a democracia, como se vota, o que é que a Argentina tem e o que lhe falta. o poder do governo, o abuso do poder; o abuso do governo. passear no mercado. comprar peixe fresco. assar peixe no forno com salsa, sal, pimenta e sumo de limão. puré de abóbora a acompanhar. tarde de estudo na sala de casa, seis argentinos e eu. mate. dois termos de mate. arrumar a cabeça com democracia. eleger: buenos sábados. mais um. o número cinco.